sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"O Jacaré comeu minha perna..."



... mas ainda posso viver muito feliz!". Calma, eu explico. Isso foi o que eu pensei sobre a seguinte história.

Entrei no quarto de minhas irmãs para fazer algo, não recordo, e durante minha tarefa minha irmã do meio assistia interessada uma certa matéria. Durante a notícia escuto "...teve a perna arrancada por um jacaré..." e viro-me imediatamente para acompanhar também.
Resumindo: uma estudante de biologia estava estudando jacarés no Pantanal e tinha feito "amizade" com seu objeto de pesquisa, ele até mesmo dormia em baixo de sua casa, que ficava no meio do rio, mostrou uma foto do bicho comprovando. O problema é que ela cai na água (não prestei atenção como, estava muito concentrado nas feições dela) e é atacada pelo seu "amigo".
Ela consegue voltar para a casa e chamar ajuda, mas já sem o membro.
Ok, e ai Fábio ? Já ouvi histórias tristes como essa antes. Mas o mágico foi ver a expressão da jovem, descendente de japoneses, paulista, bonita, bom nível socio-econômico, andando de muletas e com faixas no que sobrou de sua perna. A garota não tinha raiva, mágoa, tristeza... seu olhar era sereno, você podia olhar para os olhos negros da jovem e facilmente perceber que ela estava levando a situação com uma normalidade até assustadora.
Falou algo como "Fiquei triste, os ribeirinhos mataram ele (jacaré)", "Isso podia acontecer, ele é um animal irracional", "Amo o que faço e depois de aprender a andar com a perna mecânica vou voltar para lá".

Onde quero chegar: Eu não sou assim, e provavelmente, você lendo também não. Digo que aquela garota é mais "humana" do que eu e você juntos. Imagine, só imagine por um segundo, se toda a população tivesse um surto de humanidade, no sentido mais holístico que você possa conceber da palavra. Seria lindo. Ainda temos tanto o que aprender, tanto o que sofrer para aceitarmos, e usufruirmos, da condição especial que temos: humanos.

Comentário da minha irmã no final da matéria: Essa menina é louca!
Não é ?

ps: Eu teria voltado e, se encontrasse o jacaré, explodiria ele em pedacinhos.
ps 2: O que quer que eu vá fazer na vida quero fazer com o mesmo amor que ela aparenta empregar na sua pesquisa.

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