sábado, 27 de dezembro de 2008

Poét.




Primeira coisa tinha que ser tirar completamente a roupa. Ansiava liberdade; mesmo que pequena, momentânea e falsa. Jogou calção e cueca em cima do primeiro móvel que encontrou. Percorreu cada cômodo da residência o mais lento possível, o mais displicentemente possível. Abriu todas as janelas. Abriu não. Abrir é falho, econômico. Escancarou. Assim feito. Sentou-se na velha cadeira de balanço que ele apelidara pretensamente de “The Youth”. Acendeu um incenso e um cigarro com a mesma chama. “I`m burning mother fucker”. Serviu-se de uma dose. “Todo homem teu seu vício”. Família, amigos, mulheres, dinheiro, lugares, problemas. Existem momentos em que nada disso simplesmente parece estar escrito no Aurélio. Nos falantes estéreo Bob Dylan assentia. Chegou à conclusão de que uns gritam solidão a plenos pulmões. Ele sussurra o mais baixinho possível... solitude.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

É né ...

Tava aqui lendo uns blogs alheios e vendo como tem gente se dando bem na vida (com ou sem blogs) e me deu uma vontade de saber escrever...
rs
Vocês sacaram. Saber escrever eu sei, apesar dos muitos erros ortográficos e outros vários de concordância, mais me refiro a qualidade.
Ô, vida.
(Drama, drama, drama)
Vou trabalhar numas pseudo-crônicas, ver o que o Alan me sugere.
Inté.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Capitolina ou Flora ?

Depois de coisas como Presença de Anita, Os Maias, Hoje é dia de Maria e A Pedra do Reino (citando as que lembro sem fazer esforço mental)a Globo acerta novamente com Capitu, série de 5 capítulos entitulada com o nome da célebre personagem de Machado de Assis. A adaptação da obra Dom Casmurro é um balde cheio de coisas mágicas: cenários, luzes, atores, trilha sonora. Temos Bentinho dentro do metrô, na passagem em que descobrimos o apelido do protagonista-autor da história. Temos Eliane Giardini e Maria Fernanda Cândido, atrizes, na minha humilde opinião, do primeiro escalão da arte cênica nacional. Temos Beirut, Coco Rosie e afins na trilha sonora. Enfim, chego a conclusão de que a Globo deveria parar de fazer novelas e fazer apenas mini-séries. Pena que financeiramente isso não seja viável, já que os folhetins televisivos são os principais produtos da emissora. Fazer o que né... o povão gosta. Bem, continuemos a nos deliciar com os olhos de ressaca de minha linda Capitolina.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Pequeno diálogo antes do round 2

Voltava para o quarto escuro, que há instantes deixou para mergulhar em um copo de água. Ela ainda me mata... – pensou enquanto caminhava pelo corredor. Agora estava parado na porta. O ambiente era iluminado por uma luz naturalmente azulada que entrava em forma de finas e longas lâminas pela janela. A lua pedia pra ser vista, tocada, visitada, usada... um clarão mágico e misterioso, definitivamente. Não estou falando de lobisomens, vampiros ou bobagens do tipo. Noites em que a senhora lá em cima nos presenteia com tal espetáculo devem ser aproveitadas com uma boa bebida e, de preferência, com uma bela garota. Assim também pensava Domini. Rapaz esperto. Sabia o que devia ser feito com essa dupla maculada.
- Vem pra cama Dom...
Ele continuava estacionado na entrada do aposento e escutou essas palavras sussurradas dela, quase ronronando ela pedia por atenção. Boba. Ela não percebia que estava tendo a mais sincera e devota das formas de carinho que um homem pode lhe propiciar. Dom a comia com os olhos: estava de bruços na cama, com a cabeça delicadamente apoiada em suas mãos sobrepostas, uma perna totalmente esticada, à vontade, enquanto a outra, flexionada, fazia um ângulo reto, posição essa que transformava uma mulher qualquer digna de comparação com alguma obra de arte renascentista, ao menos para ele.
- Já disse hoje como gosto das suas pernas?
- Já Dom... para de falar merda e deita aqui em cima de mim caralho!
“Ainda não” – falou pra si mesmo. Percorria a vista pelas pernas exageradamente brancas dela. Uma caucasiana de verdade. Curtas, brancas e bem torneadas eram as pernas em questão. Sua vista deparou-se primeiramente com os pés muito bem cuidados. Pés bem cuidados era sinal de uma mulher meticulosa. Além do que elas normalmente já são. Obviamente. Continuando ele da voltas e mais voltas em suas poderosas cochas. “Se toda mulher tivesse essas pernas...”. A cena que maravilhava Domini era encerrada com um close onde apenas podiam-se ver as delicadas costas de sua amante sendo iluminada pela mãe lua.
- Vou ai com uma condição?
- Droga Dom! O que é que você quer? Garanto que já te dei tudo que tina pra te dar...
Gargalharam juntos enquanto ele aproximou-se e começou a tirar a única peça de roupa que ela usava: uma pequena calcinha vermelha.
- Pronto. Agora podemos fazer o que você quiser.
- É? Sério?
- Claro caralho! Desde quando falto com minha palavra?
- Ótimo! Então deita aqui do meu lado.
Ele assim o fez.
- Abra a boca.
Ordenou ela.
- Que merda você vai aprontar?
- Nada! Larga de ser desconfiado!
Meio a contra gosto ele fez o que lhe era pedido e no mesmo segundo ela modificou seu rosto acrescentando nele um enorme sorriso. Segurou os grandes e grossos lábios de Domini. Olhou com curiosidade e prazer para os seus dentes. Cada um. Fileira de cima e de baixo.
- Sabe uma das coisas que acho mais bonitas em você? Assim ...esteticamente falando.
- Achei que estava lá embaixo, entre as minhas pernas.
- Pois está enganado querido. São seus dentes. Poderia até afirmar que só transo contigo por causa dessa coleção maravilhosamente bela de dentes que você guarda aqui.
- OcÊ eeÈÉé ãlucã!
- Como? Não entendi.
Como ela entenderia! Estava com seus indicadores nos molares dele! As duas cabecinhas de dedo preenchendo perfeitamente os buraquinhos dos dentes.
- Você é maluca!
Domini agarrou os dedos invasores e pode se pronunciar e ser entendido.
- Tanta coisa pra ver em mim e você sente tesão pelos meus dentes?!
- Quem falou em tesão seu idiota! To falando de beleza nos detalhes. Os detalhes é que são importantes. Olha só esses caninos...
- Pera ai mulher! Tira esses dedos da minha boca!
Gargalharam em uníssono novamente.
- Você não encontrou nenhum detalhe em mim que te instigue? Que te faça querer ficar olhando por horas a fio pra mim?
Ela fez uma cara triste. Digna da atuação de uma atriz pornô barata. Graças a Deus nunca tentou nada na área das artes cênicas. Seria um desastre.
- Ta falando bobagem. Tava ali na porta te admirando. Me assusto toda vez que te vejo deitada. De como seu corpo é todo bem feito. Uma boneca de porcelana é o que você é.
- Eu que posso falar em susto. De como você parece ser mais de uma pessoa. Incrível como você é carinhoso quando quer. E de como é bruto com esse seu excesso de virilidade.
- Excesso? Você acha que eu tenho excesso de virilidade? Que diabos é isso mulher?
- Dom, quando você me agarra parece que ta segurando um animal feroz, quando me beija parece que ta desentupindo uma pia e quando a gente faz sexo eu saio daqui toda roxa! Cheia de hematomas! Parece que estávamos num ringue de boxe!
Domini não se conteve com as palavras dela e imediatamente a beijou. Não como um desentupidor de pia, como ela definira seu beijo, mais com toda a doçura e afeto que lhe fosse possível reunir e passar em um único e simples beijo. Apenas o delicado, intenso, lento toque e atrito de lábios. O rapaz sabia como fazer as coisas.
Nunca a tinham beijado assim. Jamais tinha estado com um homem que conseguira fazer uma mulher sentir-se mulher. De todas as formas possíveis. O manejo dele com as particularidades do sexo feminino era um prisma: Domini é uno, ao mesmo tempo em que pode ser vários. Com as ninfomaníacas era uma maquina de prazeres. Todos eles. Um exímio conhecedor da arte de amar o corpo do sexo oposto. Conhecia-os como se fosse o seu. Em contradição com as sutilezas românticas que operava para com as suas amantes mais carentes. E, como é tão comum às filhas de Eva, essas características se permutam, muitas e muitas vezes, dentro de uma mesma mulher em questão até de segundos. Assim os homens vivem a repetir “vai entender essas mulheres?!”.
Pois digo: Dom entendia. Quando se deu conta ele já estava rodeado de amantes. Velhas, novas, lindas de morrer e outras nem tanto. Ricas, humildes. Boas de cama ou não – com relação a essas últimas ele fazia questão de fazer algo para reverter esse triste estado. Domini tinha assim um dom. Passou a analisá-lo, tendo em vista que sua sintonia com as senhoras e senhoritas o intrigava, e a praticar o seu uso, a fim de aperfeiçoá-lo, já que, para ele, “Mulher é coisa linda de Deus”.
- Adoro essa música.
Era Love is a losing game. Levantou-se, foi até o computador logo ali ao lado da cama e elevou o volume da música.
- Cara tu gosta mesmo dessa inglesa maluca?
- Gosto. Algum problema?
- Well...eu não gosto não. Mais admito que essa música ai, essa ai, é muito bonita.
- Essa música é tristinha. Assim como você antes de nos conhecermos.
- É verdade. Hoje você me faz feliz.
- Acredito que não há satisfação maior para um homem, com os meus objetivos, do que ouvir você falar isso.
- Como assim “meus objetivos”?
- Fazer vocês, digo, você feliz!
-Dom...dom...olha lá em!
Novamente deram risadas. Novamente beijaram-se. Tomaram o corpo do outro para si. Depois divagaram devagar mais uma vez. Sobre a vida, o tal do amor, o cara chamado sexo, as belas peças desse divertido jogo, quais sejam, respectivamente, o homem, a mulher e a vida.

domingo, 19 de outubro de 2008

Doze

Tive exatamente doze dias de "férias". Coloco férias entre aspas pra faze-los entender que não foram dias de real liberdade em relação às minhas, poucas, obrigações. Na verdade tava me escondendo em the visto que minhas aulas iriam ser bastante esparsas durante esta semana que aqui morre.
Vejamos minhas sinceras impressões sobre o que fiz esses dias:

*Sexo. Definitivamente sexo é a melhor droga que há. Sim. Droga. Essa porra é estupidamente gostosa e cada vez que se faz você (pelo menos eu sou assim) quer mais e mais. Piripiri é um saco em relação a essa parte tão importante de nossas vidas.Raramente tenho tal prazer naquelas terras. As garotas de lá me consideram estranho. Crê nisso? Tenho 21 anos. Auge. Ápice. É como necessidade fisiológica. Realmente é. Como dizem meus amigos do WoodStoock: Façamos amor e não guerra.

*Internet. Preciso disso. Primeiro pela bagunça mesmo. Baixar músicas. Tenho que ao mesno escuta-las, já que me é tirado o poder de tocar meu instrumento amado. Depois os mais intrigantes (ou bobos, pra alguns) seriados que a tv paga veicula e tá de graça na rede. Californication, Heroes, Lost. Divirto-me muito mesmo. E no outro canto do ringue, disputando minha baixa taxa de transferência, temos os animes. Eu não cresci. Adoro desenho e em especial o feito lá do outro lado do globo por aqueles sacanas de olhos puxados. Bleach, Serial Experiment Lain, Naruto, Cowboy Bebop. Violentos, bestas, psicodélicos. Enquanto puder baixar, estou lá vendo algum.
Comunicação. Como é maravilhoso em uma noite de quinta entrar no msn e rapidamente conseguir uma carona pra noite e tecer comentários sobra aquela garota que você quer encontrar na "balada". Além dessa merda toda que a net proporciona, você consegue imaginar um estudante acadêmico sem essa inestimável fonte de pesquisa ? Um estudante de Direito sem um pc para digitar suas peças? Pois é...

*Amigos. Não que eu seja totalmente solitário lá em Piripiri. Apenas tenho em algumas pessoas aqui em Teresina uma forma condensada de meu carinho. Essa forma de carinho, que não encontro denominação mais específica, se da devido as nossas histórias: foram onze anos aprontando por aqui...

Poderia listar mais coisinhas, porém, como sempre, deu preguiça de escrever nesse abandona blog. Quem sabe, um dia, crie vergonha na cara e termine meu pequeno conto e posto aqui, não é mesmo? Abraços.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Can i see you later ?

Título idiota, mais tudo bem ...

Nada bem é a minha visão : tão novo, tão cego...
Fico deveras impaciente quando penso que vou passar a vida inteira tendo que cuidar de sérios problemas de visão: é miopia alta, astigmatismo(não sei como se escreve essa merda) e fotoguagulações para manter a retina mo lugar.
Talvez a parte física do meu olho esteja afetando na parte espiritual dele.
É mais uma de minhas idéias sem sentido, porém, nos últimos tempos cada vez mais minha íris e retina sofrem sendo acompanhadas de minhas opiniões casa vez mais críticas, sem graça, realmente frias em relação as pessoas e ao mundo.
Parece que o coração e mente se aborreceram com tanta hipocrisia que viram por esses já tão cansado olhos.
CAnsei. Olhos, cérebro, coração e espiríto também.
Tentar agora escrever mais. Vamos ver se essas petecas castanhas que tenho conseguem encontrar palavras de alento para desafogar o peito angustiado, a mente confusa e o espirito que precisa de um regime urgente: encontra-se muito pesado...

ps: tou com os olhos super dilatados, então, estou vendo tudo fora do lugar. Nem imagino as letras que devo ter trocado escrevendo isso.

domingo, 2 de março de 2008

Ego

Aqui, lá e acolá
Cinza, cor de chocolate, chocolate bem escuro.
Nuvem, cai, queda. Despencar.
Entre seus pés e agora por toda parte.
Empatia sem simpatia. Toque. Cuidado.
Humor não é correto. Sem motivos.
Risos ?
Sim. Confusão. Caos. Sentido ?
Particular e não aberto a mudanças
Sem aquela saída.
Ainda não encontrou a bela avenida de esperança
Triste ? Causas para o oposto ?
Sem ação. Mesmo sabendo da vitória que pode.
Letargia é comum. Só que cada vez mais pesada.
Pesada e aceitável. Como no espelho.
Como nos cristalinos que são alvo de interesse.
Como o dito por dentro. Abafado. E assim vai ficar.