sábado, 27 de dezembro de 2008

Poét.




Primeira coisa tinha que ser tirar completamente a roupa. Ansiava liberdade; mesmo que pequena, momentânea e falsa. Jogou calção e cueca em cima do primeiro móvel que encontrou. Percorreu cada cômodo da residência o mais lento possível, o mais displicentemente possível. Abriu todas as janelas. Abriu não. Abrir é falho, econômico. Escancarou. Assim feito. Sentou-se na velha cadeira de balanço que ele apelidara pretensamente de “The Youth”. Acendeu um incenso e um cigarro com a mesma chama. “I`m burning mother fucker”. Serviu-se de uma dose. “Todo homem teu seu vício”. Família, amigos, mulheres, dinheiro, lugares, problemas. Existem momentos em que nada disso simplesmente parece estar escrito no Aurélio. Nos falantes estéreo Bob Dylan assentia. Chegou à conclusão de que uns gritam solidão a plenos pulmões. Ele sussurra o mais baixinho possível... solitude.

5 comentários:

  1. Querido, acho que o pedido da postagem anterior deu certo...rsrs
    Na verdade você já mandava muito bem...colocar a alma em tinta, traduzir pensamentos flutuantes...
    Esse texto está magnífico...

    até a próxima dose

    beijos azuis

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  2. ai,ai...

    Confesso que sinto falta de um tempo onde EU tinha a chave ÚNICA de onde eu morava...

    Bom as vezes poder tirar a roupa, escancarar janelas...

    solitude, as vezes mais do que fazer FALTA, é necessária...


    Abraço

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  3. que coisa boa fabinho!! me alegra muito estar com você, espero que o acaso nos esbarre mais vezes por ai !
    bjs no coração e até já!

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  4. aina não li teu blog, ms vou arrumar um tempinho fora de uma lan pra ler :)

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  5. não sei porque vc não gosta dos seus textos. São ótimos e têm ficado cada vez mais lindos.

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Pode ser a maior das bobagens ou uma idéia brilhante. Quero saber o que você pensa.